A comédia “O amor dá trabalho”, com Leandro Hassum
Com estreia marcada para o próximo dia 29 de agosto, Leandro Hassum estrela mais uma comédia brasileira, “O amor dá trabalho”. Neste novo título, o niteroiense é Anselmo, um funcionário público preguiçoso que morre em serviço. No purgatório, para escapar do inferno já que não teve tão boas ações em vida, ele precisa cumprir alguns pedidos dos vivos, que vão contando pontos. Ele precisa de um total de 500 pontos e, com preguiça de realizar várias pequenas atividades, resolve fazer apenas uma grande, que vale os 500 pontos de uma vez.
Trata-se de um pedido que está lá há anos e ninguém se atrevia a pegá-lo, mas como, queria se livrar logo daquela situação, Anselmo aceitou o desafio. Ele precisará fazer Elisângela (Flávia Alessandra) resgatar seu amor, Paulo Sérgio (Bruno Garcia), que a havia abandonado no altar 12 anos antes, mas a situação é mais complicada do que parece. Várias situações cômicas acontecem e o trabalho é realmente árduo. Elisângela é vegana e defensora desse estilo de vida, enquanto Paulo Sérgio está namorando uma filha de ruralista, que defende profundamente o consumo da carne, entre outras diferenças entre o antigo casal.
O filme infelizmente não foge das piadinhas machistas habituais. Algumas piadas mais criativas são boas e valem algumas risadas, mas ainda usam de lugares comuns já batidos durante tanto tempo, usando de temas escatológicos, ou fazendo piada com atributos físicos. São aqueles clichês sem criatividade que a gente não aguenta mais e explora pouco o potencial do Hassum, que acredito que pode ser engraçado sem apelar tanto.
Há duas cenas muito especiais (que praticamente salvam o filme) que contam com grandes nomes da comédia do Brasil, como Hélio de la Peña, Paulinho Serra, Dani Calabresa, Maria Clara Gueiros, Sérgio Loroza, além de inusitadas participações dos cantores Ludmilla e Falcão. Eles fazem uma reunião com deuses e figuras importantes de várias religiões para julgar o caso de Anselmo. Essas são sem dúvidas as cenas mais engraçadas de todo o filme, que arrancam boas gargalhadas.
“O amor dá trabalho” tem potencial e é divertido, mas perde com os vícios da comédia pastelão, ainda batendo em minorias, em um recurso ultrapassado e que só reforça preconceitos, além de muito uso de trejeitos forçados, que não contribuem com a trama. Isso faz com que perca bastante de seu potencial e nos faça ter um pouco de preguiça desse filme. A direção é de Ale McHaddo, que faz sua estreia em um cinema de ficção.