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“A Espiã Vermelha”, uma espiã inglesa a serviço da KGB


Poster "A Espiã Vermelha"

No ano de 2000, Joan Stanley, uma senhorinha inglesa, é surpreendida pela polícia na sua casa. A acusação era de traição à pátria, por ter sido ligada ao socialismo durante a Segunda Guerra Mundial, quando estudava física em Cambridge. Baseado na história real de Melita Norwood, o longa “A Espiã Vermelha”, que estreou no último dia 16 de maio, conta essa história.

Em um vai-e-vem temporal, o filme mostra um pouco do interrogatório de Joan na polícia já no ano 2000, enquanto volta em 1938, quando toda essa história começou. Aluna dedicada, Joan se torna amiga de Sonya, uma jovem estudante russa, e se apaixona pelo primo dela, Leo, socialista convicto. A partir deste envolvimento, ela começa a se envolver cada vez mais profundamente na questão, conforme a guerra ia avançando.

Por indicação de Leo, que roda o mundo em missões, Joan começa a trabalhar na Tube Alloys Corporation, para desenvolver técnicas nucleares durante a guerra. Foi lá também onde ela conhece Max, com quem acaba se casando posteriormente. Nesta empresa, ela é uma das que ajuda a criar a bomba atômica que foi lançada em Hiroshima e Nagasaki, no Japão. Depois disso, inconformada, entrou de vez no plano de Sonya e Leo, de sabotar o sistema, se aliar à KGB e entregar documentos secretos para a URSS. Mesmo assim, o longa se preocupa em mostrar os contrastes desta mulher que, mesmo com essa atuação, não se considerava comunista e tinhas fortes críticas ao regime.

"A Espiã Vermelha"

O desenrolar de todo esse vazamento e suas consequências para a guerra em si são pouco explorados no filme. A vida dela e seus relacionamentos amorosos é o que no que longa de fato foca, infelizmente, em detrimento de sua atuação profissional. Um detalhe positivo que não pode passar despercebido são as tiradas machistas que ela teve que aguentar no meio científico, em seu ambiente de trabalho. Esse assunto não é aprofundado até porque se trata de um contexto histórico totalmente diferente do atual, em que todas essas coisas eram socialmente aceitas, mas achei delicado do diretor acrescentar esses detalhes.

Não é o melhor filme do ano e poderia ser muito melhor aproveitado por sua temática tão importante, ainda mais em um período em que algumas questões relacionadas ao comunismo parecem voltar à tona. Entretanto, trata-se de uma personagem da história pouco conhecida e que merece ter sua trajetória divulgada. Com direção de Trevor Nunn e baseado no livro homônimo de Jennie Rooney, “A Espiã Vermelha” tem Judi Dench e Sophie Cookson dividindo o papel de Joan. A classificação é de 14 anos.

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Manu Mayrink é fanática por livros, filmes, séries, música e lugares novos.  A internet é seu maior vício (ao lado de banana e chocolate, claro) e o "Alguém Viu Meus Óculos?" é seu xodó. Ela ama falar (muito) e contar pra todo mundo o que anda fazendo (taurina com ascendente em gêmeos, imagine a confusão!). Já morou em cidade pequena e em cidade grande, já conheceu gente muito famosa e outras não tanto assim (mas sempre com boas histórias). Já passou por alguns lugares incríveis, mas quando o dinheiro aperta ela viaja mesmo é na própria cabeça. Às vezes mais do que deveria, aliás.

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