O inspirador - e forçado - "Tudo Que Quero", com Dakota Fanning
- Manu Mayrink
- 28 de abr. de 2018
- 2 min de leitura

Enfrentar todas as dificuldades até as últimas consequências para realizar sonhos, por menores que eles possam parecer para os outros. Essa é a premissa básica de "Tudo Que Quero", estrelado por Dakota Fanning (que andava mesmo meio sumida). No longa (baseado na peça de Michael Golamco, com roteiro adaptado pelo próprio, e direção do veterano polonês Ben Lewin), Wendy, personagem de Dakota, é uma jovem portadora de autismo que consegue driblar sua cuidadora e escapa com um único objetivo em mente: entregar seu manuscrito para concorrer em uma competição de roteiro sobre Star Trek (eu, aliás, que não sou muito atenta ao universo de Jornada nas Estrelas, tive uma aula sobre a franquia enquanto acompanhava a história da personagem).
Logo de cara, percebemos em "Tudo Que Quero" a obsessão de Wendy por criar o roteiro perfeito e ganhar o concurso promovido pela produtora de TV. Além da sensação de dever cumprido, o dinheiro lhe permitiria uma certa independência financeira e a possibilidade de sair da instituição em que vive. A personagem recebe total apoio de Scottie (a incrível Toni Colletti), psicóloga que acompanha o dia a dia dos moradores da instituição para pessoas com necessidades especiais onde Wendy mora (a irmã da protagonista, Audrey, não sabe mais como lidar com a convivência diária - além de passar por outras tantas questões e problemas pessoais). Ao longo de todo o filme, enquanto descobrimos trechos da história redigida pela protagonista, percebe-se que muitas falas dos personagens refletem a sensação de não-pertencimento da própria Wendy. É como se a escrita fosse uma possibilidade de colocar para fora sentimentos que ela mesma não entende, inclusive com relação à própria família.

Este não é exatamente um filme verossímil. Acompanhamos uma sequência de situações forçadas com o objetivo final de emocionar com o resultado. Chega um momento em que a gente já acha tudo um tanto absurdo demais. É fofo, emociona de certa forma e motiva a correr atrás dos sonhos, pra quem tem coração romântico. Mas é forçado. Outra questão é: Dakota convence como Wendy? Tentei chegar a alguma conclusão sobre isso, mas não sei se estou criando comparações injustas com personagens anteriores (afinal de contas a menina era mesmo um fenômeno na infância). A atuação aqui é correta, mas não arrebatadora, como outras experiências do passado.
FICHA TÉCNICA
Roteiro: Carlton Cuse, Ryan J. Condal, Adam Sztykiel Título Original: Please Stand By Gênero: Drama, Comédia Duração: 1h 33min Classificação etária: 10 Anos Lançamento: 26 de abril de 2018 (Brasil)
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