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#JáLi - "Crônicas do Rádio nos tempos áureos da Mayrink Veiga", de Luís Antônio Pimentel


Trechos para anotar no caderninho:

- O sorriso branco e marulhante das praias cheias de morenas fantásticas tingidas de sol, o sorriso fraco das ruas largas e retas, douradas de luz, o sorriso da cidade que se juntou com o batton dos telhados novos e todos os outros sorrisos fotogênicos e contagiantes da terra de Araribóia, serão um único na voz da "cidade sorriso", para o Brasil inteiro.

- A dispersividade de atenção não deixa que uma ideia se cristalize. Não sai nada.

- Cada um pobre mortal que volta da liberdade rápida que lhe proporciona o carnaval, volta com aspecto encabulado, enxovalhado, de um salvo de incêndio.

- Cada vez me convenço mais de que a voz é a música da palavra. Como acontece com as músicas, há vozes boas e vozes más. Há vozes que acariciam e vozes que agridem. A voz é como que um termômetro discreto do temperamento das criaturas. Há vozes com temperaturas. Vozes com cor. Vozes com perfume. Vozes que lembram geleiras e vozes tropicais; vozes róseas e vozes vermelhas; vozes sem perfume e vozes perfumadas.

- Só é grande, só é discutida e comentada, hoje, a cidade que grita sua existência pelas ondas hertzianas. As cidades que não ergueram ainda suas torres de antenas são cidades surgidas, cidades que ficarão à mercê das notícias retardatárias que vêm por outros meios de difusão que não são os ouvidos mágicos dos aparelhos receptores. Uma cidade sem estação transmissora é uma cidade muda, uma cidade que não pode usar da palavra rápida eletrizante, que o progresso exige.


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Manu Mayrink é fanática por livros, filmes, séries, música e lugares novos.  A internet é seu maior vício (ao lado de banana e chocolate, claro) e o "Alguém Viu Meus Óculos?" é seu xodó. Ela ama falar (muito) e contar pra todo mundo o que anda fazendo (taurina com ascendente em gêmeos, imagine a confusão!). Já morou em cidade pequena e em cidade grande, já conheceu gente muito famosa e outras não tanto assim (mas sempre com boas histórias). Já passou por alguns lugares incríveis, mas quando o dinheiro aperta ela viaja mesmo é na própria cabeça. Às vezes mais do que deveria, aliás.

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