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O infantil "A Princesa e a Costureira", de Janaína Leslão


Foto: Manu  Mayrink

Quando soube que havia um livro infantil com a história de um romance entre duas mulheres, não tive como não amar. Depois, ao ler o livro e ver a forma como o assunto foi abordado, aí o amor aconteceu de vez. Estou falando do livro “A princesa e a costureira”, da paranaense Janaína Leslão, lançado em 2015 pela editora Metanoia.

Eu não entendo bem de didática para crianças, nem do que elas costumam gostar, mas acredito que o livro tenha cumprido bem o papel de ser educativo sem ser entendiante. A história é densa, são 50 páginas com bastante conteúdo. É uma história como aqueles contos de fada normais que conhecemos, só que com detalhe de se tratar de um romance gay. A forma sutil como a autora coloca a situação deixa o livro bem leve e muito interessante, mesmo para os crescidos. Colocando sempre em destaque que se tratavam de duas mulheres adultas, o que acredito que possa derrubar alguns comentários preconceituosos.

Foto Manu Mayrink

Sem entrar nesta questão, mostrando isso apenas pelas imagens, “A Princesa e a Costureira” trata ainda da questão racial, ao colocar a princesa como uma mulher negra, o que existe nos contos de fadas infantis, mas ainda infelizmente não é tão comum. O livro fala ainda do amor em todas suas maneiras: o casal de mulheres, um casal hetero, o amor entre irmãs, de mãe para filha… O que merece um destaque especial também são as lindas ilustrações de Júnior Caramez, com imagens fofíssimas que deixa a narrativa muito mais atraente.

Janaína Leslão é psicóloga e ativista do movimento LGBT e tem ainda outros livros infantis lançados: "A Rainha e os Panos Mágicos”, que escreveu em parceria com Deborah Delage, e “Joana Princesa”, todos pela editora Metanoia e com temas em relação ao feminismo, homofobia e transfobia.

Eu só desejo que mais livros assim sejam lançados o tempo todo para que esse assunto deixe de ser tabu, porque não dá mais para aceitar isso em 2018. Aprendemos a respeitar as diferenças desde a infância, o momento da vida em que damos menos importância a essas distinções. Colocando os pequenos em contato com todos os tipos de assunto desde sempre pode diminuir o preconceito e as violências a longo prazo.

“A Princesa e a Costureira” virou peça teatral e 2016! Dá uma olhadinha no vídeo:

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Manu Mayrink é fanática por livros, filmes, séries, música e lugares novos.  A internet é seu maior vício (ao lado de banana e chocolate, claro) e o "Alguém Viu Meus Óculos?" é seu xodó. Ela ama falar (muito) e contar pra todo mundo o que anda fazendo (taurina com ascendente em gêmeos, imagine a confusão!). Já morou em cidade pequena e em cidade grande, já conheceu gente muito famosa e outras não tanto assim (mas sempre com boas histórias). Já passou por alguns lugares incríveis, mas quando o dinheiro aperta ela viaja mesmo é na própria cabeça. Às vezes mais do que deveria, aliás.

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