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Humor como forma de resistência é o tema principal em "Tá Rindo de Quê? - Humor e Ditadura&quot


Muitos acham que humor tem como função exclusiva a diversão e o entretenimento gratuito. O documentário "Tá Rindo de Quê? - Humor e Ditadura" chega aos cinemas nesta quinta-feira para mostrar que dar boas risadas pode ter relação direta com resistência e cidadania. Humor pode (e deve) andar lado a lado com questionamentos políticos e sociais.

O longa de Claudio Manoel, Álvaro Campos e Alê Braga traça um panorama da produção humorística nacional realizada principalmente no período de 1964 a 1985, quando toda atividade artística estava submetida à censura da ditadura militar. O humor serviu como arma de resistência, mas também como válvula de escape, além de criar formas de driblar os censores e revolucionar linguagens. Houve deboche, diversão e, claro, perseguição, proibição, prisão. Mas tudo passou (ou pelo menos tinha passado, né?).

Com entrevistas de importantes nomes da época, de Agildo Ribeiro a Silvio de Abreu, passando por Jaguar, Boni, Fafy Siqueira e a companhia Asdrúbal Trouxe o Trombone, é possível perceber como a censura agia em cada plataforma de humor, sejam as paródias televisivas, as peças teatrais, as pornochanchadas ou as charges. A repressão vinha não só quando o principal assunto tratado era a política ditatorial, mas havia uma necessidade grande de preservação da moral e dos bons costumes (claro, o que a elite conservadora considerava moral e bons costumes). Transgressões eram sempre punidas. Além disso, percebemos que mesmo aqueles mais liberais (na forma de ver a vida, no caso. Não no sentido econômico) sabiam ser bem conservadores quando o assunto era o sexo feminino. No humor, a mulher podia exercer apenas dois papeis: a feia engraçada ou a gostosa quieta (que só servia de escada para as piadas - machistas - dos homens).

Infelizmente, num país entregue à indústria de blockbusters (que também amo, mas sinto falta de outros filmes incríveis que são jogados no escanteio do "cinema alternativo"), "Tá Rindo de Quê?" deve ficar em cartaz apenas em pouquíssimas salas, mas aparentemente podemos ficar todos tranquilos: o documentário em breve estará no Canal Brasil e na GloboNews, suas coprodutoras.

Aliás, não deve demorar muito a chegar às telonas "Rindo à Toa", sequência do documentário que estreou nesta quinta-feira. Na nova produção, vamos acompanhar a criação do humor a partir da abertura política.


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Manu Mayrink é fanática por livros, filmes, séries, música e lugares novos.  A internet é seu maior vício (ao lado de banana e chocolate, claro) e o "Alguém Viu Meus Óculos?" é seu xodó. Ela ama falar (muito) e contar pra todo mundo o que anda fazendo (taurina com ascendente em gêmeos, imagine a confusão!). Já morou em cidade pequena e em cidade grande, já conheceu gente muito famosa e outras não tanto assim (mas sempre com boas histórias). Já passou por alguns lugares incríveis, mas quando o dinheiro aperta ela viaja mesmo é na própria cabeça. Às vezes mais do que deveria, aliás.

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